Hoje, 19 de novembro, comemora-se o dia mundial do banheiro.

De cada dez pessoas no mundo, seis não contam com saneamento básico. No Brasil, apenas 64% dos brasileiros possuem esgoto conectado, e mais de 4 milhões precisam defecar ao ar livre por falta de banheiro. Estes números fazem parte de um alerta mundial que entidades lançam para chamar a atenção dos governantes à necessidade de investimento em água e saneamento.

Outra diferença que preocupa é entre a zona rural e a urbana. Quanto à população rural que ainda precisa fazer suas necessidades ao ar livre, a taxa caiu em 15 anos – mas apenas de 16% em 2000 para 11% em 2015. Nesse ritmo, esse problema apenas seria resolvido em 2045. Mesmo dentro das cidades, a diferença entre a periferia e as áreas mais nobres dos municípios chama a atenção. “Temos de atacar as desigualdades, cada vez que temos epidemia, a falta de investimentos está relacionada”, alerta Maria Neira, responsável na OMS pelo Departamento de Saúde Pública, fazendo uma referência aos problemas com zika, dengue e outras doenças.

A UN Water, Organização das Nações Unidas para a Água, estima que as doenças causadas pela falta de saneamento e higiene custem aos países mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Nos dias de hoje, 361 mil crianças com menos de 5 anos morrem de diarreia no mundo, em grande parte causada por falta de higiene. Cólera, hepatite A, e outras doenças também estão relacionadas com essa falta de investimentos. A maioria das doenças associadas à falta de saneamento básico é considerada de fácil prevenção, estima-se que, a cada R$1 investido em tratamento de esgoto, são economizados R$4 em saúde pública.

De acordo com a OMS, Organização Mundial de Saúde, dos 2,1 bilhões de habitantes sem acesso à água potável, mais de 263 milhões deles precisam viajar mais de 30 minutos para poder recolher água de fontes seguras; 159 milhões, ainda assim, bebem diariamente água não tratada.

Em 90 países avaliados, o progresso ainda é lento e a OMS considera que, se o atual ritmo for mantido, esses governos não atingirão uma cobertura universal de água até 2030, como era o plano da ONU( https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/ ).

Entre tantos dados negativos, uma história de sucesso foi publicada na revista “Agua y Saneamiento” ( https://issuu.com/construccionyvivienda/docs/revista_agua_y_saneamiento )

(Ed. 1. Lima-Perú pgs: 16,17,18.)

Outras histórias de sucesso são contadas pela Rotária do Brasil e seus consultores, que através da filial Rotária do Peru e AKUT Peru desenvolveram modelos de gestão para os banheiros secos, que permitem o acesso ao saneamento seguro nas situações urbanas onde a rede de esgoto não é viável em curto ou médio prazo, ou simplesmente, onde não existe água suficiente para usar um banheiro com descarga. Permitindo aos usuários um acesso seguro e um serviço econômico, viabilizando sua aplicação em escala.

A Rotária trabalha ativamente o movimento para diminuir a defecação ao ar livre. Temos uma série de desenvolvimentos para promover saneamento sem necessidade de água, de uma forma digna e agradável. Pois, saneamento de qualidade é possível, e as soluções são existentes, nos cabe a reflexão e a mudança, para que números como os apresentados acima sejam apenas memória.