Estação de tratamento de esgotos e efluentes: 4 passos essenciais

 

O saneamento básico influencia não apenas na saúde pública, com a prevenção de doenças, mas também na preservação ambiental e na economia de um país. Parte fundamental da estrutura de saneamento de um condomínio, de uma empresa ou de uma cidade é a estação de tratamento de esgoto.

Calcula-se que, do total de água consumida por uma pessoa em sua residência, 80% do volume total é transformado em esgoto. Mas os esgotos sanitários não são compostos apenas de resíduos domésticos. Uma estação de tratamento de esgoto municipal deve levar em conta, além da vazão doméstica, a vazão de infiltração (vinda do subsolo ou das águas pluviais) e a vazão industrial.

Antes de definir que estação de tratamento de esgoto e efluentes é mais adequada, é importante observar pelo menos quatro questões básicas

Os passos essenciais

 

1 – Conheça o esgoto

Fazer a caracterização do tipo de efluente, conhecendo a quantidade e a qualidade do que será tratado, deve ser a primeira atitude a ser tomada. E tão importante quanto saber a característica do efluente é saber se ele poderá variar ao longo do tempo – esta variação deverá ser levada em conta.

A partir da quantidade do efluente será possível determinar a vazão que será trabalhada pela estação de tratamento de esgoto e projetar como esta vazão deverá se comportar ao longo de um dia, dos meses e dos anos.

Deve ser levado em conta, por exemplo, se a estação sofre influência da sazonalidade, ou seja, se recebe uma vazão maior em determinada estação ou época do ano devido à maior ocupação local (seja de casas, hotéis, pousadas etc.) ou se tem influência variável de alguma indústria.

A determinação da vazão com a qual a estação de tratamento de esgoto vai trabalhar pode ser feita através de medidores de vazão específicos ou por meio de estimativas.

Também é importante determinar a qualidade do efluente que será tratado. Para determinar isso é necessário estabelecer a concentração de alguns parâmetros – os mais comuns são o DQO, o DBO e o teor de sólidos. A determinação da qualidade pode ser feita através de análises de laboratório, medidores online ou estimativas com valores de literatura para aquele determinado tipo de despejo.

2 – Estabeleça o objetivo do tratamento

O segundo passo para a definição do tipo de estação de tratamento de esgoto e efluentes que será adotado é estabelecer o objetivo que o tratamento deverá atender. Esse objetivo é determinado de acordo com o destino e/ou o uso que será dado para o efluente.

Entre as possibilidades de uso do efluente tratado estão o lançamento dele em cursos d’água ou em rede de drenagem; o reuso, ou seja, retornando com ele para o processo produtivo ou em áreas comuns; o aproveitamento dos subprodutos dos dejetos para a fabricação de biofertilizantes ou biogás, entre outros.

Com a definição do uso final após o tratamento feito, é possível definir qual será a eficiência a ser atingida pela estação de tratamento de esgoto e quais os tipos de tratamento possíveis para cada caso. Para cada uso do efluente se aplicam diferentes legislações que precisam, obrigatoriamente, ser atendidas.

3 – Estude as condições para a instalação

Um outro elemento fundamental para a definição da estação de tratamento de esgoto mais adequada é o estudo das características do local onde será instalado o sistema de tratamento.

Entre os pontos que devem ser observados está a existência de muita ou de pouca área disponível; qual o tipo de paisagem ao redor da estação de tratamento; e se ela vai ficar em local visível e próximo da circulação de pessoas. Os diferentes tipos de tratamento disponíveis no mercado são capazes de atender a cada uma destas necessidades e características.

4 – Considere os custos de investimento e os custos operacionais

Os custos de operação de cada sistema de tratamento de esgoto e efluentes podem variar consideravelmente. Por isso é importante levar em conta estes valores durante o processo de avaliação e de escolha da estação de tratamento de esgoto que será implantada.

Processos de tratamento mais naturais, como os wetlands, apesar de exigirem uma área maior para ser implantados, tendem a ter custos operacionais mais reduzidos. Os sistemas que envolvem mais tecnologia e que são mais compactos, como o SBR, geralmente têm um custo operacional maior com energia elétrica e com operadores.

Entre as questões que são importantes avaliar neste ponto está a disposição do local de recursos humanos para o sistema de tratamento ou a intenção de automatizar o processo e de ter a visualização das informações do tratamento à distância.

Um fator decisório para determinar o tipo de tratamento de esgoto e efluentes e prevenir dificuldades futuras é ter claro os recursos disponíveis para a operação e a manutenção do sistema.